Mergulhos num mar de palavras que ecoam ideias, experiências e outras tantas coisas errantes pela minha cabeça.
sábado, 31 de dezembro de 2005
Justiça divina
Mas talvez umas das minhas crenças mais questionáveis é nas mensagens divinas e nos castigos de Deus.
Passo a explicar, o que eu designo por mensagens divinas são palavras soltas que podem ser encontradas em qualquer sítio e que expressam a opinião divina no que refere a uma dúvida que nos atordoa o espírito. Podem ser coisas tão simples como um cartaz com o nome de uma peça de teatro ou umas palavras perdidas numa emissão de rádio, nada de manifestações apocalípticas ou vozes a ecooar dos céus. Se bem interpretadas estas expressões podem resolver alguns momentos mais dúbios da nossa vida.
Os castigos de Deus já não requerem tanto poder interpretativo. Julgo tratar-se de uma medida de última instância com vista a pôr um ponto de ordem na situação. Se precisarem de uma alegoria, pensem numa bela palmada que não pretende exactamente castigar, mas sim chamar a atenção de forma ligeiramente punitiva a uma acção menos feliz. Para que a pessoa perceba a razão pela qual está a levar uma bofetada de mão divina, esta justiça é bastante prática e, a meu ver, até podia justificar-se com uma passagem do Antigo Testamento: "olho por olho, dente por dento". Se errámos nos alhos não vamos ser castigados por ou com bogalhos: não faz sentido e nós teríamos muita dificuldade em perceber o que é que se estava a passar. Exemplo prático?! Ora aqui vai ele: eu uma vez num momento menos inspirado liguei a uma pessoa que não devia. Era um número que não devia constar da minha lista, mas por qualquer motivo foi ficando. Felizmente a pessoa não atendeu, mas Deus não dorme... e em menos de 15 minutos eu tinha o telemóvel irremediável partido... (e não fui eu que resolvi dar-lhe com um martelo). Parece-me que a justiça divina não costuma ser assim tão fulminante, mas neste caso teve mesmo de ser assim. Aprendi a lição: o que lá vai, lá vai e nada de tentativas vãs de recuperar o que já passou de prazo. Se pudesse teria logo naquele instante apagado o número da minha lista, mas Deus adiantara-se! Por isso, não se metam em corridas com Deus, é uma aposta perdida mesmo antes da partida!
Eu acho que não devo ter andado a portar-me muito bem, pois se estou a ler bem as coisas, estou na eminência de mais um belo tau-tau... Desconfio vagamente por que é que vou ser castigada sozinha para o hemisfério sul... mas ensinamentos só no regresso.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2005
(A) e/ou (B)
Será preferível (a) um fogo aceso que pode resultar numa queimadura de grau a determinar ou (b) um seguro lume brando que não leva a lado nenhum mas que não magoa?
Como disse anteriormente, o que eu queria era o fogo aceso que não resultasse em nenhuma ferida.
Olhando para trás, reparo que (in)conscientemente eu tenho escolhido o (a)... não sei se tenho feito bem, mas parece-me que o fogo aceso faz-nos sentir com o sangue a correr pelas veias, as feridas se existirem acabam por sarar e o proveito que tivémos por mais curto que tenha sido... ninguém no-lo pode tirar! Ao passo que o que me faz ser um pouco avessa à opção (b) é exactamente essa ausência de tudo: o marasmo total! Uma vidinha sem sal pode ser certa e segura, mas qual é o interesse de uma perspectiva tão cinzenta? Eu não consigo perceber.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2005
Meet the parents
quarta-feira, 14 de dezembro de 2005
Quem és tu, romeiro?
a) Abrir a porta.
b) Não abrir a porta.
c) Fingir não estar em casa.
d) Abrir a porta, tentando ignorar o passado.
e) Abrir a porta, relembrando o passado.
f) Abrir a porta e receber o passado de braços abertos.
g) Desmaiar.
h) NS/NR
terça-feira, 13 de dezembro de 2005
Collants
Meias altas poderiam consistir numa alternativa, mas não tapam o frio todo e verdade seja dita, não são tão confortáveis, aquelas que têm um elástico muito apertado: não caem e não enrolam, mas marcam; as que se prendem com ligas, sim muito elegantes, mas de prático não têm nada.
Imaginem o tipo/a tipa mais fabulosa do mundo em collants... pronto, só esta ideia já lhe tira todo o encanto!
E já agora, vamos lá desmistificar essa história mal contada: sim, os homens também usam collants! O frio não olha a sexos e quando as temperaturas negativas contam-se pelos dedos de uma, duas ou mais mãos... os collantzinhos não fazem milages mas aquecem e muito!
Se alguém tiver alguma ideia brilhante, re-encaminhe-a para a DIM ou qualquer outra concorrente do ramo!
Receita
Se não encontrar a sua metade da laranja, não desanime.
Procure a sua metade do limão, adicione açúcar, cachaça, gelo e seja feliz!!!!
Tchim!Tchim!
E um obrigado especial à colaboradora anónima de serviço! =)
sábado, 10 de dezembro de 2005
Kleine Vergnügen*
- Acordar com uma música all-time-favourite (mesmo sendo um single novo), apesar de serem 6:40 de sábado.
- Não ter de esperar mais de um minuto pelo eléctrico, o que pode incluir ou não uma corrida de alguns metros.
- Estar muito frio, mas um sol radiante que até nos aquece se nos conseguir acertar.
- Ir fazer compras e pagar metade do preço que se estava à espera pois os artigos estavam em promoção.
- Ser convidado espontaneamente para festas/reúniões de amigos e encontrar lá pessoas interessantes.
- Chegar a casa e estar entretido a olhar para as estrelas e de repente: um rasgo no céu, uma estrela cadente.
Claro que havia mais mil coisas que podia aqui acrescentar, mas a ideia não era ser exaustiva.
*Pequenos prazeres
sexta-feira, 9 de dezembro de 2005
Feriado
09:15 e estou eu a entrar na redaçcão: não está lá ninguém! Ok, o plano é trabalhar num instante e pôr-me dali para fora, afinal de contas não podemos desperdiçar os dias/horas de sol. Felizmente a persiana ao pé da minha janela está estragada e nas poucas ocasiões quando o sol brilha, eu sou logo brindada com uns raios na cara: A-D-O-R-O! Só espero que o técnico da persiana nunca venha, senão um colega mais nórdico e/ou cinzento apressa-se logo a fechar qualquer nesga onde por onde o sol possa entrar... Vá lá entender-se esta gente!
12:00 a redacção já está mais composta. Eu continuo a tentar despachar-me pois mais umas horas e já não há sol para ninguém até sabe lá Deus quando.
A colega holandesa pergunta-me se eu não quero ir a um mercado de Natal dinamarquês. Claro que sim, não a faço a mínima ideia do que se tratava, mas soou-me interessante.
16:00 só a estas belas horas é que consegui sair do escritório e lá fomos nós à procura do tal mercado... afinal o mercado não era mercado mas sim uma festa em casa da nossa colega dinamarquesa, tornara-se provisoriamente num mercado por erro de tradução de alguém.
Foi muito engraçado, era um apartamento pequeno cheio de gente a beber glühwein (vinho quente) ou ponche e a comer umas especialdades dinamarquesas (bolachas e bolas de panqueca com doce e açúcar em pó) e a fazer estrelas tri-dimensionais em papel. Olha que ideia tão simples e que tradição tão interessante: juntar uma roda de amigos e distribuir tiras de papel colorido e fazer estrelinhas para pendurar na árvore de Natal. Apesar da minha habilidade inata e depois de ter sido eleita pela minha irmã de "pessoa-bué-bricolage", não consegui montar nenhuma estrela. De qualquer modo, descobri rapidamente que havia uma série de falavam português(!), a saber, uma brasileira, um italiano e um francês. Que surpresa... afinal era uma festa dinamarquesa!
19:00 a festa acabou e nós fomos embora. O tipo francês veio connosco. Acabámos por ir jantar, mas antes ainda estivemos a arrancar uns posters de um gradeamento(!) que eu queria pôr aqui em casa!!!! Conversa fluída e witty (interessante+divertida). Ao irmos embora, o tipo pediu-me o telefone pois tive de lhe emprestar 1€ e ele queria devolvê-lo. [Nunca tinha pensado nesta estratégia!] "Fica lá com o euro e não te incomodes!" e desatámos todos a rir! Bom, lá trocámos os número e coincidência das coincidências: o número é igualzinho ao de uma das minhas melhores amigas (só muda o indicativo)... portanto, mesmo que eu não quisesse, já sei o número de cor!
segunda-feira, 5 de dezembro de 2005
Fretes
Uma das festas a que fui no fim-de-semana foi algo de quase surreal. Eis os motivos que me fizeram ir-me embora uma hora e meia depois de ter chegado:
- Todas as pessoas que lá estavam e todos aqueles que chegaram depois de mim eram polacos: todos falavam polaco à excepção de mim (também não havia legendas).
- Quando cheguei, já havia um tipo podre de bêbado.
- Ouvir algumas conversas resumidas com "ainda bem que tu não percebes, pois não vale mesmo a pena" não é muito motivador.
- O anfitrião (=pessoa que me convidou) não veio falar comigo uma única vez.
- Havia uma criatura platinada de 22 anos que anda numa escola (tipo secundária) onde eu dei aulas. As professoras dela são uma amiga minha e as minhas antigas colegas.
- Perguntaram-me se eu era colega de curso do anfitrião. (Ele anda no 2º ano (?) eu acabei o meu curso há 5 anos e meio!).
- Havia pelo menos duas miúdas, cujo metade do seu peso devia ser da maquiagem. Sem ela pareciam ter 15, com 18 Uma delas disse que tinha orgulhosamente 21 (uau!) depois de me ter perguntado a idade.
- Ao fim de uma hora de festa ainda tinha o mesmo cálice de vinho: foi o escândalo entre as hostes.
- A partir daí toda a gente começou a perguntar-me se não queria nada para beber. Duas ou três vodkas não calaram a boca a ninguém e continuavam a encher-me o copo e a oferecer-me bebidas.
- A festa parecia uma maratona a ver quem chegava mais depressa da meta da coma-alcoólica, mas devia haver de certeza menções honrosas para eventuais cirroses.
A certa altura achei que já não tinha idade para aturar fretes destes e lá está sem ter objectivo nenhum em mente. E ficar ali para quê? Para depois ter gastar dinheiro num taxi? Ou ter de andar não sei quantos quilómetros a pé ao frio?
Cheguei-me ao pé do anfitrião e disse-lhe que a festa era demasiadamente polaca (=alcoólica e loira platinada) para mim. O animal em vez de se desculpar e de ir acompanhar-me à porta, não, sentou-se a conversar com sei lá quem e provavelmente a entornar mais uns copos. Eu subi para cima do meu salto, saí e bati a porta.
sábado, 3 de dezembro de 2005
Action day
Eu conduzo há quase 10 anos, até conduzo bem e gosto de conduzir q.b. mas se houver alguém que o faça, eu não me oponho! Não tinha apresentado a minha carta de condução pois estar a conduzir sabe Deus que carro e sei lá bem onde não me parecia uma ideia muito sedutora.
Depois do discurso de boas-vindas do nosso chefe (o sr. Bet!!!) lá fomos nós para as provas... a 1ª foi tentar evitar fazer pião com o carro numa estrada escorregadia. O pânico estava lançado! Íamos ficar naquilo o dia todos?! A 2ª prova foi melhorzinha, mas claro que ninguém me apanhava num volante.
Mas a 3ª foi a pior de todas: todo-o-terreno. Eu tratei logo de me sentar num banco de trás de um jipe qualquer. O percurso foi mais do que medonho... estivemos num ângulo de 45º em todas as posições possíveis e imaginárias. Eu e o banco de trás já éramos uma entidade única! Eu tinha a certeza que íamos capotar umas mil vezes ou ficar enterrados naquela lama toda. Dando a mão à palmatória, reconheço a segurança daqueles veículos que poem em causa as leis da gravidade.
Na 2ª volta (PARA QUÊ???!!!!!!!) os meus colegas trocaram de lugar. Agora que já conhecia o percurso, os meus pensamentos foram noutra direcção. Será que isto é suposto ser divertido?!!! Como?! Para quem? Se a Humanidade estivesse dependente de eu conduzir um veículo daqueles, estávamos todos condenados
3ª volta: "Queres tu conduzir?" Nãããããããõoooooooooooo! A consequência foi mudar de jipe... agora era muito pior, pois o jipe já não era automático. O medo continuava ali sentadinho ao meu lado (noutro banco de trás) e não me largava por nada. Se eu tivesse alguma vez na vida que conduzir uma traquitana daquelas num percurso daqueles seria o maior castigo que poder-me-iam infringir... Já me estou a ver de lágrimas a escorrer pela cara e de coração na boca a ecoar pelo corpo todo a tentar salvar a Humanidade!
Ainda voltámos a mudar de jipe, para um ainda pior, daqueles mesmo tipo Paris-Dakar... e demos mais umas duas ou três voltas. O milagre foi eu não ter vomitado nem expelido qualquer outro dejecto por outro orifício qualquer (!), não é que isso tenha acontecido alguma vez, mas em situações extremas nunca se sabe!
Nas provas da tarde, resolvi pegar em vários carros e até foi divertido. Na última acabei, a fazer um pião a tentar desviar-me de um repuxo com um pegeout pequeno, mas foi mesmo o único percalço. Os carros que me passaram pela mão sairam intactos!
Na prova de fórmula 1, tínhamos de mudar os pneus tal como nas corridas. Eu fui encarregue de ser a condutora por ser a mais... leve (UAU!!!!)! Fomos os mais rápidos entre todas as equipas: 31 segundos e eu estava pronta para entrar em prova: "D. Alonso, cariño, aguardame!".
No fim do dia e das actividades, pensei que foi uma pena não ter ido conduzir os camiões... mas pronto fica para a próxima, se houver!
Na festa de noite, a surpresa das supresas: ficámos em 3º lugar!!!! Na verdade, o 1º pois o 1º e o 2º foram atribuidos curiosamente aos directores da empresa.
quarta-feira, 30 de novembro de 2005
Prendas, presentes e outros regalos
Nunca sei o que hei-de dar e como não dou qualquer coisita (bibelots e afins) por convicção, trata-se sempre de um árdua tarefa e neste momento multiplicada por muitos. Gosto de dar coisas, de alguma forma, úteis, mas nem sempre é tão fácil como isso. Para além disso, distraio-me com muita frequência sempre que vou comprar prendas para alguém em específico, pois encontro sempre qualquer coisa que já não me lembrava que queria/precisava ou então encontro sempre outra coisa para alguém para quem já não preciso de oferecer nada... e claro que entretanto esqueço-me do que tinha ido comprar!
Como se isto tudo não chegasse, comprar uma prenda para um amigo revela-se uma tarefa quase incontornável... o que é que se dá a um gajo que não é assim tããããõooo vosso amigo, mas também não é assim tãããõooo desconhecido?!
sábado, 26 de novembro de 2005
Conto-de-fadas
Ora aqui vai o conto possível.
Era uma vez 3 princesas num reino muito distante e por trás de umas montanhas muito altas. As 3 princesas eram amigas e um dia foram convidadas para um almoço no palácio da fada-madrinha. A fada-madrinha tinha recebido a visita de uma outra fada-madrinha de outro reino, que lhe trouxera uns produtos novos do mundo dos encantamentos.
As princesas estavam radiantes de conhecer a comadre da fada-madrinha e fizeram-lhe muitas perguntas sobre o seu reino distante. A certa altura, as duas fadas-madrinhas desaparecem e voltaram com uma mão cheia de presentes para as princesas.
Um dos presentes para as 3 princesas consistia num saquinho de chá em pano. As princesas ficaram um pouco intrigadas ao verem tal objecto. Eram muito bonitos, tal qual um saquinho de chá, mas num tecido sedoso e brinhante, com bordados dourados e tinham poderes mágicos.
A 1ª princesa tinha o branco, que lhe auguriava um bom parto.
A 2ª princesa tinha o laranja, que lhe auguriava bons ventos para os seus estudos.
A 3ª princesa tinha o vermelho, que lhe auguriava um bom príncipe.
As princesas rejubilaram de alegria face a tão inesperados presentes, mas as fadas-madrinhas explicaram que elas deveriam levar os saquinhos sempre consigo para que os seus efeitos mágicos resultassem.
Passados 4 meses, a 1ª princesa deu à luz a um lindo principezinho.
A 2ª princesa conseguiu muito bons resultados nas provas que teve de prestar nesse ano. No ano seguinte, acumulou mais um curso e ainda ganhou um prémio, num concurso internacinal, por um conto que escrevera.
Assim que a 3ª princesa activou o seu saquinho, surgiu-lhe num baile da corte, um príncipe lindo de um reino nórdico: um autêntico passe de magia. A princesa não o conhecia, mas pediu à Rainha toda a informação possível sobre o dito, afinal de contas tinha sido ela a convidá-lo para a baile. Recolhida a informação necessária, a princesa mandou um mensageiro para o tal reino nórdico, exactamente no dia 25 de Novembro. Por motivos alheios à princesa, o relacionamento não tomou o curso que ela queria.
Tal como se fosse um feitiço, exacta e coincidentemente um ano certinho depois, a princesa encontrava-se num outro baile da corte. Muitos príncipes e princesas e outras tantas figuras de outros tantos reinos. A animação sobejava entre os quatros cantos do palácio.
De repente, a princesa reparou que num cantinho estava um principe que ela não conhecia... foi motivo suficiente para não sossegar! Claro que algum tempo depois já estavam em animada cavaqueira! A princesa esmerou-se... afinal este príncipe vinha embrulhado numa capa de mistério que lhe conferia um charme estonteante. Convidou-o para outro baile na semana seguinte!
O fim espera-se que seja como em todos os outros contos-de-fadas: que vivam felizes para sempre.
quarta-feira, 23 de novembro de 2005
E 27 dias depois...
Parabéns, sorella!
sexta-feira, 18 de novembro de 2005
Convívio!
Ainda não aconteceu nada de surpreendentemente fabuloso, mas (deve vir a caminho) é curioso reparar que no espaço de uma semana estive mais próxima dos meus colegos (o lapso foi propositado) do que durante quase um ano de trabalho.
Tudo começou na festa de anos do colega polaco, onde estive em animada cavaqueira com os colegas italiano, francês, catalães e sul-africano, entre outras pessoas, como é óbvio. Tenho ideia que o colega italiano me convidou para um café no domingo, mas fiz-me de desentendida...
No fim da festa, já apenas com alguns gatos pingados fui com a colega holandesa e um dos editores (austríacos) beber (mais) um copo.
Ontem ao ir para a redacção, encontrei o editor-chefe no eléctrico e no regresso, o colega turco no metro: claro que mais dois dedos de conversa com cada um.
Hoje vem cá jantar o colega polaco (e esposa) e amanhã devo ir ver um jogo de futebol com a colega colombiana a casa do colega sueco, onde possivelmente encontrarei os colegas catalães e sei lá mais quem.
Por isso por falta de convívio não me posso queixar! =)
quinta-feira, 17 de novembro de 2005
Manifesto da fartura
Estou farto!
Estou farto de viver neste país de merda onde toda a gente se queixa, mas poucos tentam fazer qualquer coisa para resolver essa queixa;
Estou farto de ver pancadinhas nas costas, sorrisos cúmplices e cunhas como entrevistas de trabalho, ou nomeações para certos cargos;
Estou farto de ver o profissionalismo e a competência serem postos de parte, para darem lugar à queixa do cansaço e do trabalho excessivo;
Estou farto de ver a política do “vamos fazer”, “vamos inovar”, “vamos reformar”, e tantos outros “vamos” sem que depois se mexa uma “palha”;
Estou farto de ver, sentir e, por vezes, ser instigado a espalhar o facilitarismo que mina esta nação, ou seja, a política do “vá lá, em vez de fazer isto que dá um trabalhão, faça só isto que não custa nada, e a gente fecha os olhos”;
Estou farto da falta de rigor, exigência e competência que prolifera em todos os nichos da nossa população;
Não estou farto de Portugal, só de praticamente todos os portugueses.
Como já alguém disse, “O problema deste território é a população que o habita”.
Estou farto!
quarta-feira, 16 de novembro de 2005
Een gedichtje
Sara kissed me in the spring
Monica in the fall
but Claudia only looked at me
and never kissed at all
Sara's kiss was lost in play
Monica's in jest
but the kiss in Claudia's eyes
hounts me night and day
domingo, 13 de novembro de 2005
Desocupações
Imaginem lá, tocava a porta e ela ia ver assim mesmo em robe.
Ela: Quem é?
Ele: É o canalizador. (Um homem de bom porte e musculoso, vestido com um macacão, já meio aberto e uma caixa de ferramentas).
Ela: Oh! - E abre a porta.
Ele:Venho limpar-lhe a canalização...
Ela: Hmm, hmm. - E encaminha-o para a casa-de-banho.
Ele: Está quente aqui... - Meio suado, vai abrindo mais o macacão.
Ela: Pois! O que é isso? - apontando para a caixa de ferramentas.
Ele: Eu já lhe mostro a ferramenta!
Esta era a parte do diálogo possível, que nestes casos são sempre muito parcos, pois a acção é que é necessária!
Enfim, eu fui de robe vermelho para a cozinha beber o meu cafezito com leite entretida com este enredo que não foi muito mais longe. Desatei-me a rir pois só pode ter este tipo de pensamento quem não tem nada mais interessante para fazer e em que pensar! E eu até tinha: a lista de compras do supermercado.
quinta-feira, 10 de novembro de 2005
Não se arranja nada melhor?
Pelo visto, isto vem a propósito do lançamento da sua biografia. Será que todos os assuntos são tão interessantes como este?
Lembram-se?
Pois eu no outro dia tive um momento mesmo filipa-vá-com-deus e fartei-me de rir quando associei uma coisa com a outra.
Como qualquer boa emigrante, trouxe o farnelinho de volta para a terra da árdua labuta, leia-se, a minha mãe obrigou-me a trazer uns camarões que ela própria fez e de que eu gosto especialmente, pois tinha a certeza que se eu não os trouxesse não ia comer nada ao jantar. Eu lá trouxe os ditos camarões e como eram daqueles grandes e gorduchos e como a minha mãe não se lembrou de os descascar, lembrei-me eu do improvável. Resolvi descascascar e tirar as cabeças aos camarões e fazer um arrozito!
O cheiro estava lá. A cor também e o sabor acabava por constar igualmente pois comi o arroz com os ditos camarões!
quinta-feira, 27 de outubro de 2005
Parabéns a mim!
domingo, 16 de outubro de 2005
Vidas de A a Z: realidade ou ficção?
Passado muito tempo surgiram com um intervalo de meses E e F. Quando A conheceu E, nem imaginava que F existia e quando conheceu F, já nem queria lembrar-se de que E tinha existido. Nesse intervalo de meses, voltaram à baila B e C. B voltou, sem saber, a ser a consolação de um C indisponível. Mas mais uma vez voltaram a sair ambos do mapa de A.
Muito mais tempo passou, quando num evento social, contra todas as probabilidades possíveis e imaginárias, A vê incrédulo F e E... juntos, como se fossem amigos de infância, que não eram. Apesar de uma série de traços comuns que A podia ver em ambos, nunca pensou em ver ambos lado a lado, ignorando ter o próprio A como denominador comum. A engoliu todos os seus piores pensamentos, deu uma esfregadela ao seu orgulho e foi falar com E e F e não aconteceu nada!
Quem atira a 1ª pedra?
sábado, 8 de outubro de 2005
Algumas reminiscências de Cracóvia...
quarta-feira, 5 de outubro de 2005
Até que a morte vos separe
segunda-feira, 3 de outubro de 2005
E se de repente...
quarta-feira, 28 de setembro de 2005
Porque é que a maioria dos chefes são insuportáveis?
Eu particularizo no meu caso actual: ninguém sabe muito bem porque é que a minha chefe é nossa chefe. Já sem falar do seu ar meio-excêntrico e a sua tendência para o escândalo, não é aparentemente uma pessoa tão trabalhadora como se calhar devia. Tem dois pesos e duas medidas e um gosto para se vestir no mínimo dúbio. Anda a trote, farta-se de dizer asneiras e grita a torto e a direito... ah! E também deve pensar que deve ter piada... Acrescido a isto tudo, hoje descobri que também cheira (ligeiramente) a suor... (e estamos no inverno, lembram-se?)
terça-feira, 20 de setembro de 2005
Já é Inverno... que bom!
sexta-feira, 16 de setembro de 2005
Re-style your life!
Jet Lag
Enfim, é a situação possível de relatar aqui, em Madrid, depois de uma noite muito mal dormida ou, se preferirem, apenas pouco dormida.
E de Madrid, João Vasco Lourinho, RTP.
segunda-feira, 12 de setembro de 2005
Frustrações
As pessoas nascidas depois do 25 de Abril, cresceram num ambiente de abundância (em comparação com a geração anterior), não só em termos de meios, mas também de liberdades. Acontece que crescemos a ouvir que deviamos ser os melhores em tudo o que fazíamos e nesse sentido criámos expectativas que iam de mãos dadas com esse optimismo ilusório. Passados esses anos dourados e de vacas gordas, mesmo quando imaginárias, deparámo-nos com uma realidade que não coincidia de todo com as tais ideias perfeitas. E de repente damos por nós a viver num mundo de adultos com responsabilidades, horários e contas para pagar meios à deriva.
Onde é que está o tão aguardado futuro risonho?! Será que ainda temos de esperar ainda mais uns anos?!
As frustrações são de índole vária:
- ou estamos sozinhos sem ter ninguem que queira saber de nós;
- ou temos alguém, mas mais parece que estamos sozinhos;
- ou temos alguém e estamos felizes, mas não há dinheiro para avançar com a vida;
- ou não temos um trabalho que nos agrade;
- ou temos um trabalho que nos agrada, mas não somos bem pagos;
- ou não somos bem pagos e o trabalho é para esquecer;
- ou até somos bem pagos e o trabalho não é mau de todo, mas não nos sobra tempo para mais nada.
Enfim, para além de frustrações avulsas, estas também podem ser combinadas.
A perspectiva da meia garrafa vazia não é a minha preferida, mas por vezes também não consigo ver a meia garrafa cheia. A frustração decorrente deste estado insatisfeito tem uma solução óbvia, sublinhar tudo o que somos/temos, em vez de hiperbolizar o que não somos/temos... mas este este simples exercício mental não é tão fácil como parece... mesmo se o saldo se afigure positivo, porque nós éramos aqueles que eram melhores em tudo. E tudo não é só uma parte!
quarta-feira, 7 de setembro de 2005
Tanto é ladrão o que rouba como o que fica à porta
É engraçado que nunca paramos muito para pensar ao questionar outros pela razão de ser dos seus actos, mas ficamos meios atónitos e constrangidos quando as mesmas perguntas são apontadas para nós. A verdade pode ser dura, não é?
Enfim, meus amigos, se alguma vez vos apetecer cuspir para o ar é bom que tenham boas pernas, para desatar a correr e qualquer coisa não vos cair em cima! Uma palavra de alento para os menos atléticos, se Deus quiser, não há-de ser nem um elefante, nem um piano de cauda!
sexta-feira, 2 de setembro de 2005
Pormenores coloridos
- Ter encontrado uma conhecida no aeroporto em Berlim onde tinha de ficar 5h à espera da minha ligação para casa.
- Terem vindo entregar a minha mochila a casa, depois do desconforto que foi não a ver no cinto rolante do aeroporto e saber que afinal a mala continuava em Berlim. E foi no mesmo dia e ela estava inteirinha com as minhas tralhas todas.
- Saber que a minha prima preferida de todos os tempos (desculpem-me os outros, mas eu sou tendenciosa, mas isto não é novidade para ninguém) vem passar duas semanitas inteirinhas comigo.
- Os meus colegas terem ficado contentes por eu estar de volta.
- Estar bom tempo em Viena.
- Passar horas no msn com os meus (melhores) amigos de sempre.
Info à navegação
segunda-feira, 29 de agosto de 2005
Kraków 1
Para todos aqueles que andam a pensar por que razão este blogue tem andando parado – provavelmente uma infindável legião de desocupados cibernautas, ou simplesmente malta simpática que, por me conhecer, pica o ponto de vez em quando, em gesto de caridade – aqui seguem algumas notas.
Não tenho escrito nada, pois tenho estado a trabalhar aqui www.cepra.pt e tenho andado com muito pouco tempo livre. De segunda a sexta é só trabalho, e o fim-de-semana tem sido para a cara-metade.
Rompo este silêncio, pois tive uma semana de férias em Agosto – uma semana, isso mesmo, uma loucura, 5 dias, resmas de horas… – e decidi ir até Cracóvia com uma amigas, e por isso julgo que esta viagem merece umas reflexões escritas.
Caríssimos, Cracóvia, ou Kraków para os de lá – já agora, lê-se [krakúv] – é uma cidade extraordinária! Fui para lá a pensar que iria ver as tristes consequências de dois regimes diferentes mas semelhantes, o nacional-socialismo alemão, e o comunismo soviético, e afinal, na cidade propriamente dita, nada disso eu encontrei.
Nos arredores, pela linha de comboio, vê-se efectivamente muitas unidades fabris megalómanas completamente abandonadas e irremediavelmente desactivadas. Isto será ainda uma herança comunista, mas para além disto, só mesmo num café em que se paga para mijar e para pendurar o casaco é que há mais vestígios da política do “a bem do partido”.
De resto, Cracóvia é uma cidade que consideraria italiana, com um certo toque oriental, e muito animada à noite.
Italiana porque muitos dos edifícios do centro histórico foram construídos por italianos renascentistas seduzidos pelo dinheiro abundante do importante posto comercial que outrora a cidade foi; oriental, porque a cidade foi completamente devastada, no início da idade média, por um povo Mongol especialmente bárbaro e nómada, e assim, como consequência, em cada 10 polacas, 7 ou 8 apresentam caras redondas e olhos rasgados; animada à noite porque o número de bares, cafés, esplanadas e afins é muito superior ao do conjunto de todos os restantes estabelecimentos comerciais da cidade. Ah, e quase não há discotecas – o que para mim se me apresenta como uma particularidade fascinante e sedutora – pois o povo polaco está muito mais habituado a longos serões a tocar, falar e a beber vodka, do que a dançar…
E pronto, aqui fica um cheirinho da minha viagem.
Quando tiver tempo, escreverei sobre a tocante viagem até Auschwitz – Birkenau, o monumental “barrete turístico” que são as minas de Wielizka, e tecerei algumas considerações sobre a pensão onde ficámos – absolutamente ao estilo de Kusturika – e, claro, sobre a “gaijada” da Polónia…
domingo, 21 de agosto de 2005
Alguém tem um Xanax que me dê?
O problema reside na relação entre vontade e medo! À pessoa que me lançou o desafio eu respondi de modo muito dúbio... "queria imenso, mas não sou capaz de saltar de uma mesa para o chão porque tenho medo!" Ele deixou-me reflectir no assunto pelo fim-de-semana, mas tenho de dar uma resposta na segunda: AMANHÃ!!!!!
Eu tenho de ser forte e combater os meus medos... já fiz tanta coisa de que tinha medo e sobrevivi! Se não for desta vez, acho não há-de ser nunca. É mesmo um daqueles momentos "It's now or never!", que tão bem caracterizam a minha vida. Até a minha mãe gostou da ideia e só pediu que tirasse fotos!!!
O meu problema é mesmo o de saltar, é que depois já não há nada a fazer... mas dar aquele impulso...
Eu não sei... continuo na dúvida... são 4000m de altitude, para aí metade deles em queda livre, cerca de 200km/h!
Medo vs. vontade, o que pesa mais?
Saltar ou não saltar, eis a questão!
sexta-feira, 19 de agosto de 2005
Sem título e sem nada!
Julgo que foi Estaline que disse que uma morte é uma tragédia, 100 ou 1000 são estatística. Somos bombardeados com estatísticas de mortes de tal forma, que já pouco nos diz... todos os dias morrem milhares de pessoas no mundo... e então? No dia seguinte vamos ter de ir trabalhar na mesma, não é? Qual é a diferença?
A diferença reside quando nos toca a nós... aí reparamos na efemeridade das coisas.
É num estalar de dedos. É num instante. Já está.
Mas já não há nada a fazer.
quinta-feira, 18 de agosto de 2005
Claustrofobias
quarta-feira, 17 de agosto de 2005
Alguém viu uns raios de sol?
terça-feira, 16 de agosto de 2005
Matrioscas, meretrizes e outras senhoras
Mergulhos fonológicos on tour
08.08 Encontro em Viena
10-12.08 Cracóvia
Madrugada de 13.08 Algures na Republica Checa
Tarde de 13.08 Partida de 66% da redacção para Lisboa
Agenda:
JULHO:
33% esteve em budapeste
AGOSTO:
33% este em tavira
33% vai para ibiza
SETEMBRO
33% vai para a argentina
quarta-feira, 22 de junho de 2005
Bailados, rebuçados e uns cêntimos!
Já não dançava assim tanto e tanta música boa (e seguida) há muito tempo, devia fazer isto mais vezes porque é mesmo terapêutico. A páginas tantas, estava eu alegremente a dançar e a cantar a lânguida "Candyshop" do 50 Cent: "wellcome to the candyshop; I'll let you lick a lollypop..." O quê?! Não parei nem de cantar, nem de dançar e comecei a rir-me porque de repente associei o 50 Cent à Rute Marlene!!! Não era ela que tinha uma música que era o chupa-chupa? Provavelmente, uma sucursal portuguesa do 50 Cent! Nunca tinha pensado em hip-hop pimba, mas na verdade, não é muito mais do que isso e também não é por isso que eu vou deixar de ouvir! Cada um só ouve e só pensa no que quer. Sinceramente, acho a música divertida e com um ritmo sensual, mas não me sinto convidada, impulsionada ou impelida a fazer nada, como defendem algumas pseudo associações de pais que pretendem banir a música de estações de rádio... americanas, (claro!) pois a música vai contra os valores e a moral cristã, os bons-costumes e obviamente o raio-que-o-parta! Poderia ser perfeitamente uma música para crianças... ok, não, não, porque a pedofilia está muito em voga, e não quero ser naive, mas o certo é que só se vê problemas onde se quer!
Enfim, o bailado a que assisti, Spartacus, foi muito mais seco... cenários e guarda-roupa pobre e uma coreografia que deixava muito a desejar. Salvou-se o desempenho da 'rainha' e do 'stripear', provavelmente devia ser o bobo da corte, mas foi o que eu achei mais interessante e não necessariamente por estar em tanga e collants! Como toda a gente sabe eu vejo mal ao longe! Enfim, valeu a pena os 350 cêntimos que dei por aquelas quase 3 horas!
segunda-feira, 20 de junho de 2005
thoughts
Alguém muito inteligente teve a audácia de fazer tal afirmação.
Será que há assim tanto para dizer? Eu acho sinceramente que sim. Há mesmo muito para dizer, tudo aquilo que fica subentendido, nas entrelinhas… nas reticências das nossas conversas.
Qualquer ser humano deixa por dizer tudo aquilo que acha que deveria ser dito. Não será isto um paradoxo? Afinal, se queremos dizer porque não dize-lo logo de uma vez?
Porque não temos coragem… simplesmente porque não temos coragem.
Muitos refugiam-se na escrita para manifestar tudo aquilo que não conseguem proferir, outros pintam, há ainda aqueles que optam por cantar, outros representam…mas todos querem dizer alguma coisa, embora se encubram atrás de ‘personas’ que possam mais facilmente alcançar os outros.
Por isso, o meu fascínio com a arte, com todas as formas de arte, mas sobretudo a música e o cinema. Quando vejo um filme imagino-me sempre como uma das personagens, a heroína, aquela que salva o mundo e ainda consegue ficar com o rapaz mais giro e mais simpático… um verdadeiro príncipe. Mas é um filme, claro.
Cada um sabe de si e Deusa sabe de todos.
Eu não sei de mim… Quem é que se lembrou de dizer uma coisa destas? Alguém que não sabendo o que dizer, disse qualquer coisa sem pensar.
Eu não sei de mim. Palavra que não sei mesmo. Por vezes acho que me encontrei, mas logo em seguida perco-me. Depois volto a procurar-me …e não passo disto.
Tudo o que eu quero realmente é ser feliz. Mas todos querem isso. O problema é não saber como chegar lá…
A vida ensina.
Pois… está bem.
Ensina quando? Como? E a que propósito?
E o vazio? Sim, o vazio? A ausência de algo que não se sabe sequer o que é? Ou será que sei mas não quero dizer?
sábado, 18 de junho de 2005
Uma noite trivial
A ordem de trabalhos da festa não era nada de especial: um jantarito e depois jogatana: trivial persuit! Alguns deles, que ainda viveram a portas meias com o regime comunista, descobriram há pouco as maravilhas do Trivial! Claro que tudo regado com alcool ou não fossemos todos um pouco polacos!!! (Eles dizem sempre que eu também sou polaca, mas do sul(!!!!) e por isso é que sou bronzeada!)
Estão mesmo a ver como foi o resto da noite... entre fazer e responder perguntas, abrir garrafas de vinho e ir buscar mais qualquer coisa que se coma, não se fez muito mais. Olhem, não podia ter sido mais divertido! Sei que no fim da noite (e não faço mesmo ideia de que horas eram) quando se foi toda a gente embora, eu só tive tempo de tirar as lentes e as calças e caí na cama!!!
By the way, fui eu que ganhei!
terça-feira, 14 de junho de 2005
Fotografias de regresso
Conclusão: acho que já estive muito mais longe de voltar para casa.
Posted by Calíope
quarta-feira, 4 de maio de 2005
Encontros numa casa de banho
Esta quarta-feira fui à faculdade para uma reunião com as minhas orientadoras de mestrado. Porém, como consegui chegar antes da hora marcada – eu tinha que falar disto, pois em mim este facto é de assinalável invulgaridade... – tive tempo para ir à casa de banho dar uma mijinha, mudar a água às azeitonas, dar de beber ao urinol, etc., etc., etc.
Quando já estava na parte de abanar a piroca, eis que entra alguém que decide deixar um urinol de espaço entre nós os dois e inicia actividade fisiológica semelhante à que eu estava a terminar.
Acontece que, indubitavelmente, o indivíduo estava muito menos necessitado de urinar do que eu, e sucedeu que acabámos de fazer o que estávamos a fazer praticamente ao mesmo tempo. Diria até que as últimas gotinhas terão caído em uníssono – essa palavra tão bela e que qualquer pessoa da minha idade associa imediatamente aos livros da colecção Uma Aventura, uma vez que as autoras punham sempre as personagens e “exclamar em uníssono”, nunca simplesmente a exclamar...
Gotinhas inocentemente projectadas contra as sórdidas paredes do urinol, mangueira recolhida, fecho a ser apertado e, claro, o inevitável olhar para o lado. E quem é que eu encontro?! O antigo professor meu, claro está, o qual, ainda por cima, me reconhece de imediato, lembrando-se inclusive do meu nome.
Claro que nos falámos, mas aqui surgiu o problema dos encontros entre homens na casa de banho – e estou a falar dos encontros em geral, nem sequer me vou referir aos perigos específicos dos encontros entre gajos nas casas de banho da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa...
O problema de que vos falo surge cirurgicamente quando encontramos alguém na casa de banho no exacto momento do “depois-da-mija-mas-antes-de-lavar-as-mãos”. E se juntarmos a isto o facto de ainda estarmos ambos a puxar o fecho da braguilha para cima, então surge, sem dúvida, uma situação peculiar, para dizer o mínimo...
- “Olá João, como está...”
Nesta altura, já com as braguilhas fechadas, havia algum desconforto ainda, pois colocava-se uma questão óbvia na minha cabeça, eventualmente partilhada pelo meu ex-professor: vou apertar a mão a este tipo que ainda agora estava com a mão na gaita a mijar ao meu lado?...
Enquanto a água corria, o homem lá me explicou que irá comparar a pintura de Rubens à imagética de Os Lusíadas e, de repente, conversa acabada, surge mais um belo momento: de mãos molhadas e sem ter onde as enxaguar, despedimo-nos, e novamente olhámos para as mãos um do outro, esboçámos um leve movimento como quem vai dar um passou-bem, mas devemos ter pensado na mesma coisa: há um minuto atrás a mão deste fulano estava na gaita dele – será que eu tenho mesmo que lhe apertar a mão?
Não apertámos.
quarta-feira, 27 de abril de 2005
Blind date
Ao começar a escrever isto, estava a recordar-me apenas de casos recentes, mas agora, vendo bem, isto já se vem passando na minha vida há muitos anos... Quando era miúda, era uma daquelas que tinha pen-friends no mundo inteiro (na altura não havia internet, remember?), cheguei a conhecer algumas em Portugal, mas também cheguei a ir à Bélgica!
Voltando às experiências recentes, é engraçado ir ao encontro de alguém que não conhecemos, porque até ao preciso momento em que temos a pessoa à nossa frente (e sabemos que é ela), ela pode adoptar todos os contornos que nós quisermos. Melhor ainda é quando temos alguns indícios de como a pessoa é. É um jogo autêntico!
Hoje comecei a dar um cursinho de Português a um tipo amigo de um colega meu. Falei com ele uma vez ao telefone e a primeira aula ficou marcada para hoje. Ponto de encontro: uma paragem de eléctricos. Por acaso cheguei mais cedo e fiquei a observar as pessoas... "este pode ser", "aquele não","não me importava que fosse aquele ali", "ai! aquele está a pegar no telemóvel. Só espero que o meu não toque!" é todo este tipo de pensamento lúdico que me passa pela cabeça cada vez que passo por esta situação. Nenhum dos meus prognósticos foi acertado. Desta vez um tipo perfeitamente normal.
Uma das situações mais hilárias neste mesmo âmbito, ocorreu-me há cerca de um ano. Uma amiga minha não podia sair com um amigo dela em visita à cidade e pediu-me que o fizesse. Prestável como sou, claro que nem hesitei. Fui completamente às cegas. Cheguei a falar com ele ao telefone, mas uma descrição "alto, loiro de olhos azuis" aqui em Viena não é muito elucidativa. Mais uma vez fui a primeira a chegar... pelo menos ao sítio certo: estação de metro mesmo no cais. Esperei e esperei e toda a gente apanhava o metro menos eu! Fui lá a cima e por acaso até reparei num tipo giríssimo alto loiro que estava ao pé de um quiosque, mas para além desse não ser o sítio combinado...era mesmo muita fruta!!!!! =) Voltei para baixo e o tipo nada. Acabei por lhe ligar... ele estava à minha espera lá fora... Eu tive de respirar fundo... várias vezes... O tipo-que-era-muita-fruta era o tipo-que-estava-SÓ-à-MINHA-espera e coincidentemente o tipo-alto-loiro-de-olhos-azuis. Só pensei que era Natal e ninguém me tinha dito nada!
Igualmente cómicas são as situações blind date acompanhado, isto é, há pelo menos uma pessoa conhecida que vai/está convosco. Uma vez ia almoçar com uma colega minha, o namorado dela e mais um amigo que ela dizia que tinha tudo a ver comigo. Ela chegou primeiro, eles depois... eu a ver os dois tipos a dirigirem-se a nós e eu torci os dedos e só pensava "só espero que seja o alto! Só espero que seja o alto!". Claro que esse era o namorado!
Eo livro de memórias fecha-se por aqui… é melhor!
domingo, 24 de abril de 2005
Viragens
Desconfio que a minha vida em Viena está prestes a dar uma volta tremenda... mas antes de cantar vitória à espera do ovo de ouro na barriga da galinha, vou esperar pacientemente como uma carmelita! (não sei se elas estão à espera de alguma coisa).
Entretanto acho que todos já estão a par da minha visita para o mês! Vai haver festa de boas-vindas?
Ah! Descobri ontem que é possível que um amigo meu húngaro também apareça!
quarta-feira, 20 de abril de 2005
quarta-feira, 6 de abril de 2005
Religiosidade II
Entre 6ª e domingo estive pregada à televisão, a fazer zapping entre a Euronews, tv5 e a ntv (um canal alemão), todas a apostar em directos do Vaticano, alternando eventualmente com emissões especiais com comentadores especializados no assunto ou documentários afins.
Em 3 dias aprendi mais sobre o Papa do que em 26 anos. O seu pontificado. A minha idade.
A última vez que se ouviu "Habemus Papa" faltavam 11 dias para eu nascer. Acho que todas as pessoas com menos de 30-35 anos não se lembram de outro Papa... eu também não! Se calhar é por isso que custa a imaginar outro no seu lugar.
Eu não concordo com todas as perpectivas do Papa e acho que a minha interpretação de religião, bíblia e afins é bastante díspar da dele. Também não concordo com todas as opiniões domeu Pai, da minha Mãe, da minha irmã ou dos meus amigos e não é por isso que gosto menos deles.
Nunca pensei que a morte do Papa causar-me-ia tanta preocupação... mas foi... =(
Como todo o mundo, também estou curiosa em saber quem será o próximo, mas espero que seja menos conservador.
terça-feira, 29 de março de 2005
PROCURA-SE!
segunda-feira, 28 de março de 2005
Religiosidades
Isto só me faz crer no seguinte, se tivesse sido contemporânea de Jesus Cristo, tivesse talvez pensado que Ele seria um charlatão, a tentar intrujar aqueles com pouca ou nenhuma instrução,a saber, os escravos, os pescadores, as prostitutas e por aí fora... (Deus me perdoe!). Não me vejo a perseguir ninguém [não faz o meu género], mas com certeza tê-los-ia condenado e mantido a minha militância politeísta.
Esta revelação deu-se no seguinte contexto: fui convidada por uma vizinha filipina (às 8 (!) da manhã) para tomar parte numa festividade pascal. Na minha boa vontade, sonolência e querendo agradar a todos, disse-lhe que se pudesse iria.
Os meus planos para o domingo de Páscoa eram tão emocionantes como os de uma
couch potato: resolvi ir para ver o que era.
Com uma amiga filipina, certifiquei-me que os filipinos são católicos, mas ela alertou-me de uma seita maluca que lá existe... eu estava decidida a ir na mesma.
E fui... ou quase... Estava convencida que a tal festividade era numa igreja, acontece que quando cheguei ao destino da morada do convite, dei com um prédio (!) com a indicação " Congregação Jovem Cristã" ou coisa que o valha.
Eu queria dar o benefício da dúvida, pois até me julgava tolerante, o certo é que já estava com um pé e meio atrás! Fui subindo muito desconvicta de qual seria o meu próximo passo, se para a frente ou para trás. O que consegui vislumbrar não me agradou muito. Antes de chegar ao 2º andar (indicação do convite), dei meia volta e pus-me fora dali. Na minha delirante cabeça, já circulavam imagens de pessoas a cantar numa alegria doentia "Aleluia irmão" e a bater palmas, ao que se seguiria com toda a certeza uma lavagem cerebral!!!
Pus-me a milhas... na verdade pus-me a caminho da catedral de St. Estevão, que afinal estava na hora da missa a que costumo assistir: em latim e sem cânticos!
Apesar da minha recém descoberta intolerância religiosa, não considero a Igreja Católica pura e imaculada, antes pelo contrário, tem mais do que muitos calcanhares de Aquiles... mas com esses, se calhar pelo força do hábito, posso eu bem! (ou pelo menos, sei como os contornar).
Depois da missa dominical fui para casa cumprir o programão de couch potato.
sábado, 26 de março de 2005
ciao...
A sensação de caminhar sobre terra que tem milhares de séculos de história é verdadeiramente grandiosa. Se me tivessem dito que seria assim que me iria sentir jamais iria acreditar. É como se eu fizesse parte daquela história, como se tivesse vivido na época em que lutar por uma crença num deus invisível era o maior dos crimes, punido pr uam apresentação num 'circo' grandioso, de seu nome Coliseu.
Todos sabem que acredito em Deus e em Seu Filho, isso não é nenhuma novidade... talvez assim consigam entender melhor a minha alegria ao estar em Roma, as minhas lágrimas ao ver o Papa a acenar da janela ( e não, não vi nenhum fio a puxar o seu braço...).
Foi uma grande emoção sim!
Mas a verdade é que, para além da fé, quem vista Roma não consegue ficar imune aos seus encantos. Não é preciso ser crente para se sentir privilegiado por pisar aquela terra plena de história. Os encantos de Roma são vários, desde a grandiosidade de uma Piazza de San Pietro e a sua majestosa Basílica, passando pela beleza da escadaria da Piazza de Spagna e pela maravilha que é a Fontana di Trevi, até essa inexplicável obra de arte denominada por Capela Cistina... é realmente de cortar a respiração...e de magoar o pescoço...
Foi com certeza uma das viagens mais esperadas da minha vida que cumpriu em plenoas minhas expectativas.
Como tudo na vida, também Roma tem os seus aspectos negativos... o trânsito pavoroso que surge a qualquer hora... a sujidade pelas ruas percorridas outrora pelos soldados romanos... o desrespeito por algo tão simples como seja uma passadeira de peões... é verdade, se quisessemos atravessar praticamente tínhamos de nos atirar para cima dos carros, ou podíamos escolher uma das milhentas vespas que por lá se passeiam....
Mas nem isto me tira a felicidade de ter estado num local cheio de história, onde praticamente se sentia o respirar de milhares de romanos e cristãos fugitivos ao seu domínio.
Algo para sempre recordar...
quinta-feira, 10 de março de 2005
Variedade de sapos
Há uns que têm a sorte de ter um sapo para beijar, mas muitos são os outros que têm (muitos) sapos para engolir!!!! É imperativo saber: quem é que nunca teve de engolir um sapo?! (do meu ponto de observação não vejo nenhuma mão no ar!)
Quando comecei a escrever isto estava a tentar digerir um sapo gordo, sebento e até cabeludo... por esta altura ele já passou pelo meu intestino grosso e seguiu caminho!
Para que é que temos de engolir sapos? Só nos faz sentir pior do que já estávamos, só nos faz ter mais repulsa da entidade que sapificámos, só nos faz fazer as coisas de mais má-vontade, ou seja, não ajuda em nada... portanto, vistas bem as coisas, não há utilidade prática nenhuma!
Engolir sapos para quê?! - fica a questão no ar!
Se se puder escolher, alguém que tome nota: eu prefiro os mágicos, transformáveis em príncipes do que estes transformáveis em excremento!
sexta-feira, 4 de março de 2005
Are you from Wiggly Piggly?
Resumo da festa:
Anfitriões: Madara e Wilnes (Letónia)
Convidados: Barbara (Áustria) e Luca (Itália); Magdalena e Marcin (Polónia); Ivana (Sérvia) e Frédéric (França); Kheira (França, mas nascida em Marrocos); Stéphanie (França); Iva (Equador) e eu.
Ausentes: Lucía (Espanha) e Mario (Áustria)
Comes &bebes: vinho à descrição brancos e tintos (infelizmente não reparei nas origens); morangos, uvas, pão e várias tábuas de queijos austríacos, franceses e a grande atracção: um sueco comprado pelo próprio Wilnes ainda esta semana numa cidadela ao pé de Copenhaga.
Motivo da festa: projecção de fotos das férias nas Caraíbas (várias ilhas!) dos anfitriões.
Curiosidades:
• a Stephanie esteve recentemente no Burundi a trabalho e por isso não pôde ir a um casamento no Burkina Faso.
• A Kheira foi passar o fim-de-semana a Paris.
• A Ivana e o Fred, depois das festas natalícias em Paris e em Belgrado, tiraram umas férias em Dubai.
• A Iva também esteve várias semanas por essa altura no Equador e vai daqui a duas semanas para Lisboa.
• Para a semana a Madara e o Wilnes vão estar na Holanda.
Nesta reunião fui convidada para uma festa de anos para a semana: vamos lá ver que aldeia global encontro lá!
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2005
Saudades...
Uma boa elucidação de saudade que se pode dar a um estrangeiro, que não faz ideia do que estamos a falar, é nostalgia. Saudade, nostalgia são conceitos que nos remetem necessariamente para um passado (melhor que um presente) e se calhar é por isso que se associam aos Portugueses: o nosso Império, o nosso D. Sebastião, quando Lisboa era o centro nevrálgico da Europa. Tudo o que já tivemos e agora nem sombra.
Para mim, é tudo um pouco abstracto… eu não sei o que é ser nostálgico, o que é ter saudades neste sentido. Na verdade, devo achar que as minhas sombras de ontem, andam a consubstanciar-se hoje em coisas fabulosas… e sinceramente, não que esteja assim tão enganada.
Nunca fui, não sou e espero não me tornar numa pessoa saudosista. As pessoas saudosistas perdem muito tempo presente com o tempo passado… e para quê? Eu também não sei responder. Quando por qualquer ocasião ocorre-me dizer ‘’tenho saudades’’ (coisa que se passa com pouca frequência, reconheço) o que quero tão só exprimir é: ‘’ recordo-me com alegria e satisfação de determinado momento e espero poder a repeti-lo novamente e de preferência em breve”. Convenhamos que dizer ‘’tenho saudades’’ é preguiçosamente mais económico!
Tenho amigos que constantemente se lamentam dos tempos que lá vão, não só presentemente, como já o faziam há quase 10 anos atrás: Outro mistério para a minha cabeça limitada…
Todas as vidas têm os seus altos e baixos e a minha não é excepção nenhuma, mas sempre pensei que a altura presente foi sempre, é sempre a melhor altura da minha vida já vivida e que daí para a frente só pode ser a subir, não só porque é nessa direcção que eu quero que as coisas vão, mas também porque é para isso que me esforço todos os dias.
Não tenho a vida que gostaria de ter, mas não me posso queixar da vida que tenho… Sinto-me privilegiada, é verdade, mas ainda há arestas para limar, umas bem rugosas, que vão manter-me ocupada ainda por muito tempo. Em vez de perder tempo a queixar-me tenho é de me preocupar em arranjar uma boa ferramenta… a lima, claro!
Lembro-me de alturas tão boas da minha vida, em que cheguei a pensar que se por qualquer motivo tivesse morrido nesse instante, teria morrido feliz! Se morresse neste instante, não morreria totalmente feliz, como nessas alturas boas e mesmo assim não as trocava pelo meu hoje.
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2005
4 dias a 4 anos de preconceitos
Eu sempre achei dispensável qualquer contacto com homens/rapazes mais novos (elementos familiares não contam) uma vez que a meu ver, para além de não trazerem nada de novo, podiam ser mesmo uma pedra no sapato… daquelas bem incomodativas… que não matam, mas moem!
Acontece que recentemente vi a minha cuspidela a cair-me em cima… e em dose dupla! (descobri que para alem de irónica, a vida também é vingativa!)
É fácil identificar um tipo mais novo quando nós temos 16/17 anos e ele 14/15,(miúdo imberbe e que ainda pode ter pretensões a cantor lírico) mas quando se vai a caminho dos 30, essa distinção já não é óbvia a olho nú.
Hoje em dia os miúdos crescem muito depressa (se calhar em termos físicos, mas duvido dos intelectuais)! E o pior de tudo é que não trazem uma etiqueta em local visível com a sua data de nascimento, uma espécie de indicação de prazo de validade, mas ao contrário.
Voltando às minhas cuspidelas…
No primeiro caso, eu ainda andava de antenas no ar. Quando a propósito de qualquer coisa perguntei a idade do indivíduo, cerrei os olhos e temi ouvir qualquer coisa começada com “dez…”. Seria traumatizante, mesmo não estando nenhum de nós a falar em português. Felizmente acabei por ouvir um número que por acaso coincidia com a minha própria idade! Uff! E abri os olhos. Trocadas informações sobre aniversários, acabei por descobrir que afinal ele era sempre mais novo do que eu, precisamente quatro dias… um miúdo!
O segundo caso foi muito pior. O senhor que se seguiu… que é como quem diz, o senhor que me veio parar às mãos, empurrado por uma força divina qualquer, era já dado à partida como mais novo. Bolas! Mas vá lá desta vez alguém avisou-me. De qualquer modo, face a ele ter obtido uma boa pontuação num primeiro impacto e as suas referências não serem nada más, eu resolvi pagar para ver! Afinal de contas, eu estava em boa idade de passar por cima dos meus preconceitos. Qualquer um verifica que as minhas intenções eram tão didácticas como terapêuticas! De boas intenções está o inferno cheio e eu devo ter pago metade dos meus pecados quando o ouvi dizer que tinha exactamente a minha idade… menos quatro anos!!!! Respirei fundo… e acabadinhos de fazer! Respirei outra vez. É que para mal dos meus pecados, preconceitos ou sei lá mais o quê, essa idade estava abaixo de um padrão já estabelecido há algum tempo por uma comissão competente e com esse único propósito!
Adiante, eu resolvi fechar os olhos a datas de nascimento, deitar os meus preconceitos para trás das costas e pôr-lhe as mãos em cima … não foi um sacrifício descomunal, muito menos um martírio… o tipo valia a pena!
E nem vou referir os dois anos de desconto que se tem de dar ao sexo masculino, não vale a pena estar a bater no ceguinho.
O certo é que tanto um caso como outro não resultaram e não foram por falta de esforço da minha parte, garanto que não. Se no primeiro acabei por perder o interesse por razões várias, no segundo, se calhar tinha interesse a mais… e o menino não estava preparado… coitado! É um miúdo e ainda tem de correr muito para chegar ao meu patamar… mas custou-me e muito, especialmente porque desprendi-me de coisas minhas (os meus preconceitos) e ele se calhar nem reparou! Eu sabia que tínhamos perspectivas diferentes, tínhamos objectivos diferentes… tínhamos idades diferentes e era EU a mais velha!(been there, done that!) Fui buscar os meus preconceitos à mochilinha que levava às costas e não surpreendentemente eles saíram enrobustecidos!
Enfim, um dia da caça e outro do caçador!
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2005
Discurso de boas vindas!
Aqui se farão - espero eu - apologias e haplologias mais ou menos racionais.
Da ciência linguística até ao brejeiro linguado, de tudo se discutirá aqui um pouco...
Para isso mesmo, para garantir um vasto e variado painel de comentadores, este blogue assenta - ou será acenta? Porque é que não pode ser acenta? - bom, assenta, dizia eu, num eixo consistente entre Viena e Lisboa.
E agora, para todos entenderem, aqui vai a tradução para português:
I acim surje + 1 blog k tãe tãtu de inesperádu coumo de utlidad...
(e por aí fora...)